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Reencontro depois da Cidadania Italiana

Desde que fiz meu processo de Cidadania Italiana, descobri informações dos meus familiares que vieram da Itália e a cidade que eles deixaram para trás, queria muito conhecer o local.

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Por parte de mãe, tanto a família do meu avô, os “Possamai”, quanto a família da minha avó, os “Zanoni” vieram da Itália, chegando no Brasil no final do século IX. Meu processo de cidadania italiana foi solicitada pela família Zanoni, que deixou a região de Campodenno, na província de Trento, no norte da Itália, em direção a uma vida nova no Brasil.

Voltar à cidade de onde vieram meus antepassados foi uma experiência significativa e emocionante. Nosso roteiro na Itália incluía a região de Cortina D’Ampezzo, nos Alpes Italianos, também conhecida mundialmente como Dolomitas, Patrimônio Mundial da Unesco. É na mesma região onde fica a pequena cidade de Campodenno, que finalmente pude conhecer.

A Imigração Italiana no RS

A imigração italiana no Rio Grande do Sul, contribui significativamente para a formação da cultura, economia e sociedade da região. O fluxo migratório italiano ocorreu principalmente entre meados do século XIX e início do século XX. Chegaram ao Rio Grande do Sul, aproximadamente 84 mil italianos vindos principalmente da região da Lombardia, Vêneto e Tirol.

As razões para a imigração italiana no Rio Grande do Sul foram diversas. Naquela época, a Itália passava por uma série de problemas socioeconômicos, como superpopulação, pobreza, falta de terras para agricultura e dificuldades causadas pela guerra e unificação do país. Ao mesmo tempo, o governo brasileiro buscava atrair imigrantes para suprir a mão de obra necessária nas lavouras de café, no entanto, a falta de terras disponíveis no sudeste do Brasil levou as autoridades a promoverem a colonização de outras regiões, incluindo o sul do país e o estado do Rio Grande do Sul.

Assim, muitos italianos chegaram ao Rio Grande do Sul na esperança de encontrar melhores condições de vida e oportunidades para trabalhar na agricultura. Ao chegarem ao sul do Brasil, eles foram instalados em colônias, onde receberam lotes de terra para desenvolver suas atividades agrícolas. Mas diferente do que havia sido prometido, as terras eram despreparadas para a agricultura, sendo praticamente tudo mato. Foi preciso muito trabalho para tornar os lotes habitáveis produtivos.

O processo de adaptação e integração dos italianos na sociedade gaúcha incluiu muitos desafios mas hoje é significante sua contribuição para a cultura, culinária e desenvolvimento do estado. Foram os imigrantes italiano que introduziram, por exemplo, a produção da a uva e vinho, que hoje são muito importantes para a economia e turismo da região.

É muito comum escutar a língua italiana sendo falada em cidades do interior da Serra Gaúcha, além de nomes de família de origem italiana serem maioria , fazendo parte da identidade local.

Visitando Campodenno, após a Cidadania Italiana

Desde que tenho a Cidadania Italiana, queria muito conhecer Campodenno, a cidade, localizada na região das Dolomitas, no norte da Itália, de onde partiram os Zanoni em direção à América. Chegamos na pequena cidade com aproximadamente 1.550 habitantes no início da tarde. Campodenno é muito conhecida por sua produção frutífera, principalmente de maças e uvas.

Estacionamos o carro junto à Igreja, onde havia um monumento em homenagens aos soldados mortos na Primeira e Segunda Guerra Mundial, e para minha surpresa, alguns deles tinham meu sobrenome. Caminhamos pela pequena e tranquila cidadezinha, apreciando suas construções, jardins e ruas estreitas. Encontramos a prefeitura, mas estava fechada. Ninguém na rua.

Vimos um bar aberto (único da cidade). Entrei, pedi um Aperol Spritz e vi um quadro de uma família. Perguntei a pessoa que estava me atendendo, em italiano, qual era essa família. E adivinhem?? Era a “minha” família Zanoni, e também família do Georgio Zanoni, que era quem estava me atendendo.

Georgio não fala inglês, mas meu italiano básico e o Google Tradutor permitiram que eu explicasse que era brasileira, também com sobrenome Zanoni e que estava visitando Campodenno para conhecer a cidade de onde vieram meus antepassados. Sentamos a mesa, conversamos, na medida que o meu nível de italiano permitia e ainda recebemos muitas dicas de lugares para visitar, como o Castello de Belasi, a principal atração da cidade.

Foi uma linda e agradável surpresa. Nada planejado, nenhum contato e por coincidência, ou seria destino, entramos no bar que era de propriedade de um simpático senhor com o mesmo sobrenome da minha família, que inclusive já tinha recebido um familiar aqui do Brasil.

Castello di Belasi

O Castello di Belasi, foi construído no século XIII e pertence ao conjunto de edifícios medievais com função militar que foram construídos na margem direita do vale do Non, circundado pelas paisagens dos pomares de maças. O castelo possui uma torre pentagonal e na época da sua construção, afirmava o domínio tirolês na área.

No século XVI o castelo perdeu suas funções originais, que eram administrativas e de controle, tornando-se uma residência nobre até o final da Segunda Guerra Mundial, quando foi abandonado. No final da década de 1990, a antiga fortaleza estava em condições precárias de total abandono.

No início dos anos 2000, a prefeitura de Campodenno adquiriu o Castello di Belasi, sendo completamente restaurado e então, aberto ao público para visitação.

Na visita ao Castello di Belasi é possível entrar em seu interior, onde atualmente acontecem exposições temporárias de arte e também exposição do arquivo fotográfico original do castelo, além de apreciar sua arquitetura e a belíssima paisagem do Vale di Non, entre pomares e montanhas.

Castello di Belasi

SP 55  – Campodenno – Trento – Itália

Ingresso: € 6

Cidadania Italiana e oportunidades

Para muitos a Cidadania Italiana oferece a oportunidade de ter um passaporte europeu em mãos como um facilitar para viagens ou mesmo a oportunidade morar na Europa. Para mim a Cidadania Italiana proporcionou a descoberta das minhas origens e história familiar. Foi emocionante, pisar no local onde meus antepassados viveram, ver como a cidade é hoje e principalmente encontrar pessoas com meu sobrenome.

É importante lembrar que cada pessoa pode ter uma experiência diferente ao voltar à cidade de seus antepassados. Alguns podem se sentir conectados e emocionados, enquanto outros podem não encontrar a mesma conexão. Independentemente do sentimento, é uma oportunidade única de aprendizado, reflexão e autoconhecimento. Recomendo a todos!

Para ver mais fotos, dicas e vídeos sobre a Itália, nos siga no Instagram no perfil @Fran_Agnoletto, pela #ViagensQueSonhamosNaItalia

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