Seja em uma capoeira de Salvador ou em um mutirão gospel do Harlem, a cultura negra faz parte da origem dos povos e deve ser conhecida e respeitada como merece
O Dia da Consciência Negra está chegando e, com isso, a reflexão sobre a urgência em respeitar e valorizar a cultura negra. Como parte desse movimento, surge, com força, o chamado turismo afrocentrado, com a finalidade de mostrar a história negra, por exemplo, os serviços gospel no Harlem.
De fato, o respeito às culturas e religiões de matriz africana não se restringe ao 21 de novembro, mas deve ser uma constante. Entretanto, diante de atos de intolerância e preconceito, foi preciso criar uma data para combater ataques totalmente injustificáveis.
Uma das ações pertinentes a esse tipo de celebração é o afroturismo. Trata-se de uma modalidade do turismo cujo foco é justamente a cultura africana. Mais ainda, a aproximação das histórias.
Cidades no mundo para conhecer a história negra
Um dos exemplos de turismo afrocentrado, como já mencionamos, é Nova York, principalmente os serviços gospel do Harlem. Mas, tanto no Brasil quanto no exterior, há muito o que conhecer sobre a cultura de origem africana.
Salvador
Sem dúvidas, Salvador é um dos principais destinos brasileiros quando se fala em cultura negra. A capital baiana tem, entre suas atrações:
- Pelourinho (onde fica o Museu Afro Brasileiro)
- Forte da Capoeira
- terreiros de candomblé
- blocos afro
- ensaios do Olodum
- sede do Ilê Ayiê
- Caminho dos orixás
São apenas alguns dos pontos que a cidade, com 82% de sua população composta por negros e pardos, reúne para se aproximar da cultura negra.
São Paulo
A capital paulista tem, nada menos que 4 milhões de negros. Apesar desse contingente, marcos territoriais e histórias acabaram invisibilizados por décadas. Porém, bairros como o Bixiga, Barra Funda, Liberdade e Grajaú preservam essa memória.
Entre restaurantes, museus e construções religiosas, a exemplo da Capela dos Aflitos, cultuam a história negra. Tão forte como os serviços gospel do Harlem, temos expressões culturais importantes, como o Centro Cultural Grajaú e escolas de samba (Vai Vai).
Rio de Janeiro
De acordo com o último Censo, 12% dos cariocas se declararam negros, refletindo a forte presença de elementos culturais, como o funk, samba e pagode. Entre as atrações que contam a história negra no Rio, temos:
- Pequena África e o Circuito Histórico da Herança Africana
- Morro da Conceição
- Pedra do Sol
- Jardim Suspenso do Valongo e Cais do Valongo
- Museu da História e Cultura Afro-Brasileira
- Cemitério dos Pretos Novos
Fora da capital, há também elementos do turismo afrocentrado na cidade histórica de Paraty.
Nova York
A meca do afroturismo novaiorquino é, com certeza, o Harlem. Berço de uma incrível diversidade cultural, tem como melhor forma de conhecê-lo embarcar em um tour pelo bairro. Obviamente, não deve faltar a experiência de assistir a uma missa gospel no Harlem, marcada pelas potentes vozes dos corais e força da fé.
New Orleans
A cidade de Nova Orleans, no estado norte-americano de Louisiana, tem mais de 300 anos de história negra, desde quando descendentes de povos africanos decidiram fazer, dali, seu lar. Uma das opções é embarcar no tour do Bairro Francês do Patrimônio.
Paris
Há bairros na Cidade Luz, também, tão marcantes para a história negra quando os serviços e missas gospel no Harlem. Lá, podemos citar:
- Walk the Spirit Tours
- Black Paris Tour
- Little Africa
- Le Paris Noir
São opções de passeios incríveis para se aproximar dos migrantes africanos e toda a sua história no país.
Joanesburgo
Por fim, talvez a cidade onde o afroturismo mais pulse nesta lista. Em um país com 11 línguas oficiais e um povo para lá de acolhedor, a cidade foi palco das lutas contra o apartheid lideradas por Nelson Mandela. Veja:
- casa de Mandela em Soweto
- Museu do Apartheid
- prisão Constitutional Hill.
Fora de Joanesburgo, já em Cape Town, impossível não se impressionar com a prisão de Robben Island. Experiências fortes como as missas gospel no Harlem, porém de uma intensidade ainda maior.
Em suma, vimos que há diversas cidades pelo mundo nas quais o turismo afrocentrado nos leva ao respeito e valorização da cultura negra. Desde os serviços gospel no Harlem à intensa visita à África do Sul, são destinos que valem a visita e, obviamente, a reflexão.