100 dias em casa, sem ir a um restaurante, sem encontrar amigos, sem escola, sem academia, sem viagens. Parece que foi ontem o dia 19 de março, mas já se passaram 100 dias.
Lembro a primeira vez que escutei falar de coronavírus, no mês de janeiro, enquanto estava em uma viagem maravilhosa por São José dos Ausentes. Lembro que comentei: Ah, isso não vai ser nada! Já vivemos a gripe suína e foi bem menor do que todos falavam. Chegou fevereiro e a doença avançou para a Itália, mas mesmo assim parecia muito longe da gente e eu continuava com o discurso de que era possível viajarmos.
Quando a OMS decretou pandemia, eu de fato, mudei de opinião e percebi que o “furo era bem mais embaixo”. Passei a ficar com medo e em questão de poucos dias, o furacão chegou no Brasil, chegou no RS, cancelou as aulas e nos trancou em nossas casas.
Resolvi escrever esse texto para expor um pouco das minhas angústias, o que estamos fazendo e como estamos lidando com esse período de distanciamento social que nos obrigou a ficarmos em casa. E ficar em casa também é bom. Só não precisava ser da forma que está sendo, concordam comigo?
Vai passar |
Confesso que quando tudo começou lá em março que estava mais tranquila do que estou hoje. E acredito que isso se deve a dois fatores, que estão diretamente relacionados:
- Eu acreditava que isso iria passar. Ainda acredito que sim, vai passar, mas hoje, não temos previsão de quando isso vai acontecer. Em meados de março eu acreditava que em julho já estaríamos com a situação controlada, como vemos acontecendo em vários outros países.
- Fico extremamente decepcionada com o comportamento e negação de várias pessoas frente a doença. A minha família mantém o distanciamento social pois queremos nos proteger sim, mas acima de tudo, pensamos nos outros. Não queremos contaminar ninguém, mas confesso que as vezes, me sinto uma agulha no palheiro.
A situação mudou nossos hábitos completamente. Desde que tudo começou, só fizemos as refeições em casa, e tivemos que virar multifuncionais. Agora sou arquiteta, professora, cozinheira, produtora de conteúdo, faxineira e mais um monte de outras coisas. Aprendemos a fazer pão, pizza, café cremoso caseiro, arrumamos todos os armários da casa e até fizemos tie dye.
As aulas online foram um capítulo a parte. Começaram como um terremoto, deixando pais, alunos e professores doidos. Demorou um certo tempo, mas arrisco dizer, que agora, pelo menos aqui em casa, tem funcionado muito bem. Perguntei para o Dodô e ele disse que prefere as aulas dessa maneira. Nem precisava voltar as aulas presenciais. Os encontros com amigos viraram conversas no Zoom ou Google Meets e as brincadeiras são jogos de videogame online.
No quesito financeiro, minha renda despencou, pois o mundo do turismo parou e eu vi todas reservas e vendas realizadas através do blog, serem canceladas, sem perspectiva de retomada. Também tive que me adaptar a trabalhar de casa, com muitas outras interferências. Hoje, com a volta da minha ajudante em alguns dias, já tenho conseguido sair para trabalhar no escritório duas vezes por semana.
Aproveitei esse período sem motivação para escrever no blog, para focar no nosso canal no YouTube, produzindo conteúdo em vídeo. Se ainda não é inscrito, se inscreve no Viagens que Sonhamos e acompanhem nossos vídeos. Foi preciso se reinventar. Nunca me imaginei gravando vídeos em casa, mas foi muito gratificante ver o canal crescer rapidamente.
Nunca antes, como família, tínhamos estado de férias em casa. E isso preciso confessar que foi bom. Passamos a valorizar mais a casa que temos (eu estava louca para morar em um apartamento), a curtir os espaços e perceber necessidades que antes não sentíamos. Aliás, como arquiteta, percebi fortemente esse movimento, também com meus clientes.
Foi preciso uma pandemia para nos tirar do modo automático, modificar nossas rotinas e nos fazer valorizar pessoas e coisas que antes não tínhamos tempo (ou fazíamos de conta que não tínhamos) para curtir. Tudo tem seu lado positivo e é esse lado bom das coisas que estou priorizando visualizar.
Situação no RS |
No estado do RS, quase tudo reabriu em meados de abril. Mas desde então, foi implantado o uso obrigatório de máscaras, restrições de ocupação e várias outras medidas de segurança para evitar a propagação do coronavírus. Temos uma situação privilegiada em relação a maioria dos estados brasileiros.
Em maio foi implantado o sistema de Distanciamento Controlado, que classifica as regiões do estado em quatro diferentes cores de bandeira, o que impõe restrições específicas de acordo com a análise de vários fatores, como número de casos de covid-19, mortes e leitos disponíveis nas regiões.
A região onde moro, esteve nas duas primeiras semanas de implantação do sistema, na cor vermelha, o que significa comércio fechado e apenas atividades essenciais com liberação de funcionamento. Pelos dados acredita-se que o pico da doença aqui na região tenha sido, justamente durante aquele período. Queremos acreditar que realmente foi. Agora é torcer e se cuidar para não acontecer um novo pico.
Para entender mais sobre o Distanciamento Controlado e porque não é recomendado que turistas do restante do país venham agora para o RS, veja o post detalhado que escrevi sobre a situação da reabertura da Serra Gaúcha.
O “NOVO”normal |
Fala-se muito no tal “novo normal”. Eu inclusive, usei essa expressão várias vezes, mas hoje tenho a certeza que o momento que vivemos não tem nada de normal. Não podemos aceitar isso como normal. É uma fase e vai passar. Não sabemos quando, mas vai.
Não é normal usar máscaras para sair na rua. Não é normal, não podermos abraçar quem amamos. Não é normal, não termos liberdade de ir e vir.
Páscoa “mascarada” |
E as viagens?
Todos os planos de viagens para 2020 foram cancelados, ou melhor transferidos, pois afinal não podemos parar de sonhar. Se você tem viagem marcada e ainda está em dúvida se conseguirá viajar, veja o post que escrevi com vários relatos de cancelamentos e remarcações. Pode ser útil na sua negociação com a empresa responsável.
Muitas pessoas me perguntam quando poderemos voltar a viajar? Infelizmente não tenho essa resposta e ninguém tem. Como eu disse no início desse texto, em março eu acreditava que poderíamos viajar em julho. Hoje não sabemos se será possível viajar em setembro, outubro ou janeiro.
Eu tenho planos de viagem para novembro/dezembro no Brasil. No momento são apenas planos. Não marquei nada e vou esperar a situação melhorar para emitir e fazer as reservas. A melhor perspectiva para os próximos meses é de passeios rápidos em destinos próximos, que permitam o deslocamento de carro. Assim que me sentir mais confortável, com certeza vamos privilegiar destinos de natureza, com paisagens lindas e sem aglomerações. E você?
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Respostas de 4
Aqui em casa minha mais velha tb tem rendido mais online que nas aulas presenciais. Torcendo por um modelo híbrido online / presencial, que daria uma liberdade muito maior pra viajarmos!
Também torço por isso Ronaldo. Resta saber se as escolas irão manter esse "novo"estilo.
Ótimo post Fran! E tbém acho que isso não é novo normal. Vamos nos adaptar, mas temos que pensar que vai passar!
E vai passar!! Só não sabemos quando….
Fiquem bem por ai!!